Série Crise de 2008 (parte 3): e agora? Quais as perspectivas?

Esta série é foi escrita pelo psiquiatra Fernando César, editor dos blogs FTudo e Minha Padaria, para iniciantes na Bolsa de Valores.

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Margem para especulação ainda há, é claro. Os períodos de instabilidade, aliás, são os melhores para isto.

E pode ser que haja uma grande recuperação dos índices. Mas alguém realmente acredita que nas próximas semanas ou meses a Bovespa subirá 100%, para recuperar o pico de maio? O seu corretor tem coragem de te dizer isso? Se nem ele tem, é porque isto, definitivamente, não ocorrerá.

Claro, a bolsa é relativamente imprevisível, é quase um jogo, e se houvessem certezas ninguém perderia dinheiro. Mas é apenas relativamente imprevisível. Quando há uma crise econômica real por trás, não há como se esperar que a euforia retorne. E quando o governo americano decide lançar um pacote de quase 1 trilhão de dólares para evitar a ruína do sistema econômico, não temos como negar que há uma grande crise no ar.

Não, não é que estejamos no ápice da crise. Estamos apenas no seu começo. Há poucos meses, havia uma divisão, muitos acreditavam que o problema não fosse sério. Hoje, ninguém ousa dizer isto. Agora é que o cinto vai começar a apertar. Menos crédito. Menos investimentos. Desemprego. Pessoas perdendo seus imóveis financiados. Bancos fechando. Etc. Os próximos anos deverão ser bem menos alegres que os que passaram.

Não que o mundo vá acabar por conta disto. Talvez não. É temeroso fazer previsões de curto prazo, as de longo prazo então são quase brincadeiras de adivinhação. Mas temos três cenários possíveis.

No melhor deles (ou “menos pior”), a crise dura poucos meses, no máximo pouco anos, e o mundo logo retoma o eixo em que vinha até 2007.

No intermediário, a crise realmente é séria, e dura anos. Neste ínterim, o mundo todo é prejudicado, pois a economia mundial depende visceralmente da americana. Quem lucrará com isso será quem sair menos prejudicado. Quem encolher menos parecerá maior que antes, finda a crise. Países como a China, Brasil e outros podem se beneficiar, nesse cenário.

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Série Crise de 2008 (parte 3): e agora? Quais as perspectivas?

3 comentários em “Série Crise de 2008 (parte 3): e agora? Quais as perspectivas?”

  1. Durante a década de 30 getúlio Vargas proibiu oplantio de café , queimou os estoques, provocando ainda mais os prejuízos aos cafeicultores. O Brasil corre o risco do governo lançar algum pacote prejudicando os setores da indústria,comércio e consumidores?

  2. Risco zero de o governo Lula lançar algum “pacote” porque ele vai preferir usar o eufemismo “medidas pontuais”, ou algo assim. Várias medidas tomadas em dias diferentes, para ele, não é “pacote”. Este termo ele associa ao passado, atos que “prejudicavam só o trabalhador”. “Nunca na história desse país” estivemos tão bem protegidos… ¬ ¬

    (Por falar nisso, cadê os analistas que falavam em “blindagem”?!)

    Respondendo seriamente: acho difícil prever isso… Nenhum governo desejará, intencionalmente, prejudicar algum setor, mas, sendo necessários reajustes na economia, alguém irá sair (mais) prejudicado… Mas sendo a recessão algo que se instala aos poucos, é provável que a bomba fique mesmo é para o próximo presidente, assim como Lula colheu (e bem) os louros da política econômica de FHC.

  3. Os bilhões de $US não rolam pelos caminhos que devem rolar… Alguem atalha a sua trajetória…
    É facil dizer; negros e indios não tem nada a ver com tal crise!… “será?”
    Assim dizia o poeta: Por muito que se diga, mais ainda nos fica por dizer…

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